DJ é Artista? Claro que sim!

Boa tarde galera!

Bom, eu estava navegando por sites de Hardstyle via “dominador do mundo” ( tambem chamado de Google ), encontrei uma matéria muito interessante que o DJ Alysson Lang, através do site Xplosion ( que infelizmente está abandonado e parece que não vai caminhar mais ). A mini-materia fala sobre a profissão de DJ, se é apenas um “Toca discos humano” ou um artista realmente. Eis então a opinião de Lang e dos DJ’s em geral.

Vamos colocar em questão aqui alguns princípios básicos, para que este não seja simplesmente um texto como qualquer outro.

1.) No http://pt.wikipedia.org/wiki/Dj você vai encontrar relativamente tudo sobre DJ. Uma explicação lógica que não preciso citar nem colar aqui.
Então primeiramente leia o texto.

2.) Vamos embasar nossos objetivos em algumas palavras-chaves contidas nos textos: (arte, pesquisa e técnica). Muitos não sabem, mas isso é extremamente importante que se faça. Sua conclusão ao fim disso tudo não necessita que seja exatamente idêntica àquela que tive, mas que seja muito próxima a que faça você refletir até onde se considera um artista e quer ser tratado como tal.

Analise agora o seguinte texto com atenção:

“Ainda é comum no Brasil achar que o DJ é uma espécie de jukebox humana. Só que ser DJ de verdade é algo bem mais complexo, envolve artetécnica e emoção. O DJ é uma mistura de artista, fã, pessoa de bom gosto, personalidade, pesquisador, selecinador ,lançador de novidades, catalisador de energia coletiva, manipulador de emoções e formador de opinião. Mixar requer noções musicais de compasso, andamento e até tom e harmonia. A pesquisa músical é parte essencial da vida de qualquer DJ e é realmente só para quem gosta .Quando está tocando para uma pista, o DJ é criador ao mixar duas músicas para criar uma terceira e nova sensação sonora. O DJ também é artista quando interfere na música com scratches, equalização, efeitos, picotadas no som atravez do crossfader. Mais complexo ainda é improvisar tocando um sampler ou uma bateria eletrônica em cima dos discos pré-gravados, como fazia Frankie Knuckles em Chicago no inicio dos anos 80. Todos os dias, milhares de DJs entram em estúdios para criar e gravar música. ,

Agora essa conversa é bem subjetiva. Quem disse que bombar uma pista, mesmo que não mixando muito bem e sem interferir nas músicas não é uma arte, não é criar algo? Será que não?

Em boa parte do Brasil pista de dança ainda é pico onde só se põe os pés depois de bebaço ou para xavecar alguem. Nós sabemos que pode ser bem mais: um lugar de liberdade absoluta , de descarga de tensão, de multiplicação de energia e de bem-estar. O bom DJ interage com a pista em termos de energia e emoção. Quando ele e os dançarinos estão falando a mesma lingua, ai a coisa decola de verdade. É por isso que fator humano sempre vai ser mais importante que o fator técnico na hora de avaliar um DJ.” (fonte: revista DJ World)

O preconceito contra o DJ como artista ainda existe. Muitos pensam que ser DJ é ser alguém que escolhe qualquer música para tocar. Julgam que o DJ é desprovido de ímpeto artístico, que apenas se encontra naqueles que sabem dedilhar uma guitarra ou soprar um saxofone. Mas nós sabemos que para ser DJ, há muito mais regras do que simplesmente escolher músicas. Ser DJ ou não ser DJ, mais do que uma questão filosófica, é ser um artista também. É claro, que como em qualquer meio, existem aqueles que carregam o nome de DJ, mas apenas para glória pessoal, reconhecimento em nossa subcultura, e não pelo puro motivo de fazer uma pista reconhecer sua arte. Assim, as explicações abaixo não são para nós, que já compreendemos esta arte, mesmo não sendo o artista. É, de boa intenção, para os que insistem em ter preconceito contra o DJ, que teimam em afirmar que só as bandas produzem cultura musical.

1.) DJ não toca qualquer coisa. Alguns podem pensar que o DJ toca “Dance”, mas estão errados. Quando alguém se torna DJ, é porque já escolheu um gênero para tocar, seja Synth Pop, House, Hardstyle, Trance, Rap ou até mesmo Raggae. É baseado nesta escolha que o DJ adquire discos para montar seu repertório. Algumas vezes o DJ toca mais de um gênero, mas estes ainda permanecem dentro de um grupo: eletrônico, hip-hop, etc.

2.) Escolher uma lista qualquer de músicas é fácil. E se arte fosse fácil, não seria preciso prêmios para eleger os melhores. O DJ pesquisa, procura,
ouve, discute, escolhe e testa muitas músicas, sempre pensando em criar um repertório (ou um “Set”) perfeito. Por isto, a escolha de um repertório pelo
DJ é muito importante para agradar seus ouvintes.

3.) Os DJs fazem as viradas de forma que as pessoas mal percebam. Isto pode ser pelo fato destas pessoas desconhecerem que isto faz parte da arte de ser DJ, ou por conhecerem esta técnica e não perceberem o processo devido ao DJ executá-lo com perfeição. Também chamado de mixar, virar é quando o DJ junta uma música a outra (não necessariamente o final de uma e o começo da outra), sincronizando batidas e melodias, não atrapalhando o ritmo das pessoas que dançam.

4.) Existem alguns DJs que abusam de efeitos e técnicas, tentando ornamentar sua arte com scratches, backspins e equalização das freqüências. Os que conseguem manusear os efeitos, combinando perfeitamente com os momentos certos, tornam seus repertórios únicos. Por isso, quando o DJ já sabe lidar com seu repertório e suas viradas, ele sente necessidade de dar os toques finais a sua arte.

5.) Como qualquer outro artista, o DJ também é muitas vezes julgado pelo seu carisma, principalmente por aqueles que apreciam sua música. Há DJs que possuem uma técnica simples, mas a euforia que transmitem atrás dos toca-discos anima qualquer um. A melhor combinação é quando, além do carisma, o DJ possui uma técnica versátil combinando os dois. Os ouvintes reagem geralmente de duas formas: ou deliram na pista de dança ou ficam boquiabertos olhando o DJ.

6.) Como a perfeição é o caminho final de tudo no universo, não poderia ser diferente para o DJ. Eles aprendem tudo, montando repertórios organizados, fazendo viradas incríveis, usando os efeitos no momento certo e dançando com a própria música. E como se não fosse suficiente, existem aqueles que não se satisfazem com dois toca-discos. Embora raros, existem DJs que tocam com três ou quatro toca-discos ao mesmo tempo. Fazem todos funcionar ao mesmo tempo, correndo de um lado para outro para ajustar os controles corretamente. São verdadeiros mestres…E agora? O que mais falta para um DJ ser considerado artista?

Vimos nestes textos novamente as palavras-chaves Arte, Técnica e Pesquisa.

Sendo assim, podemos a seguir, citar:

– Artista: Aplicador da arte; Indivíduo que se dedica às belas-artes; Aquele que faz da arte meio de vida;

– Arte: Conjunto de regras para dizer ou fazer com acerto alguma coisa; Saber ou perícia em empregar os meios para conseguir um resultado; Habilidade; Profissão, ofício;

– Técnica: Conhecimento prático; prática; Conjunto dos métodos e pormenores práticos essenciais à execução perfeita de uma arte ou profissão;;

– Pesquisa: Ação ou efeito de pesquisar; busca, indagação, inquirição, investigação;
(fonte: dicionário Michaelis)

Vimos assim, que as palavras-chaves estão relacionadas diretamente à profissão DJ, na qual pode-se enquadrar no quesito artístico de cunho musical.
O profissional DJ que souber de forma qualitativa usar estas ferramentas de modo a que venha produzir seu trabalho da melhor forma possível poderá de alguma forma ser citado como Artista.

Sabemos também que não há formação superior de Bacharel ou Licenciado em DJ. O mais próximo que se pode chegar a isso é a formação em curso superior em Artes com ênfase em Música. Por outro lado, como podemos classificar e relacionar então os cantores/compositores e músicos referente à profissão DJ???

Existe uma enorme batalha na questão dos músicos não aceitarem o DJ como produtor ou como músico/artista. Assim, devemos observar a seguinte situação:
– Um DJ/Produtor que embora não tenha cursado uma faculdade nem tenha conhecimentos sobre partituras, nem saiba tocar ou dominar um instrumento clássico de cordas ou de sopro, pode de alguma forma aprender por si só algumas notas musicais num pequeno teclado midi. Assim ele produz uma sequência de notas, que na ferramenta do DJ pode-se usar como sampler. Essa sequência criada e repetida na forma de loopings através do seu conhecimento musical (onde 1 barra = 4 tempos e 32 tempos = 1 compasso, etc) ele pode definir uma variação imensa de estilos, anexando efeitos, sons e melodias, criando assim uma MÚSICA.

– Música: Arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido; Composição musical; Execução de qualquer peça musical; Qualquer conjunto de sons;

Vimos novamente que a palavra Música utiliza nossas palavras-chaves Arte e Técnica.
Por fim, negar ao DJ/Produtor o status de Artista significa ir contra qualquer princípio e qualquer argumento outrora usado nesse texto ou simplesmente pesquisado.

Para tal, como informei no início desse texto, eu não ficaria somente na esfera do CTRL C-V sobre informações duvidosas. Assim, por meio dessa leitura você pode simplesmente tirar sua conclusão. Mas como fazer com que você DJ seja tratado como Artista? Começando com suas atitudes, sérias, éticas, morais, com responsabilidade e personalidade. Não basta somente exigir, mas saber fazer e respeitar. Se você deseja comprar um notebook, instalar um virtual DJ pra tocar festinhas por 50 reais, esqueça, começou errado.

Escolas de DJ são somente para embolsar dinheiro de garotos e garotas, usando sonhos que não podem ser realizados. Se deseja aprender e ser um DJ profissional, um artista, pague por um profissional para que ensine você.

À todos que desejam tornar-se DJ Profissionais e Artistas, o meu sincero abraço e desejo de boas realizações. Estou disposto a debater algum comentário caso seja necessário. Escreveam-me. Ficarei grato em dialogar.

Sem mais.

Escrito por Alysson Lang – http://www.xplosion.com.br

~ por Lucas Melquiades em 10/01/2010.